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Capela de Lopo Rodrigues

Detalhes do registo

Identificador

2509107

Nível de descrição

Documento composto   Documento composto

Código de referência

PT/ABM/JRC/001/0039/00001

Tipo de título

Atribuído

Título

Capela de Lopo Rodrigues

Datas

1577  a  1871 

Datas de acumulação

1596 (data de abertura dos autos)

Datas descritivas

1544-09-13 (data de instituição do vínculo)

Dimensão

1 cap.: 138 f. ms. num.

Suporte

Extensões

1 Capilha

Âmbito e conteúdo

DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1544-09-13, por João Gomes, notário da cidade do Funchal e seus termos; aberto em 1544-09-20, nos aposentos de Vicente Gomes, escrivão dos órfãos e cunhado do testador.ENCARGOS (ANUAIS): quatro missas na igreja paroquial de Câmara de Lobos, duas em honra da Paixão de Cristo e duas em louvor de Nossa Senhora.BENS DO VÍNCULO: toda a sua fazenda (retirando legados e encargos pios), acrescendo: o que poderia herdar da legítima de sua mãe; o quinhão da irmã Francisca Lopes, por dote que lhe fizera nas notas do tabelião João Gonçalves Chamorro, que inclui o dote do Zimbreiro, feito pela mãe à dita Francisca Lopes. O testamento enumera a sua fazenda, predominantemente situada em Câmara de Lobos: terra denominada de Zimbreiro , plantada de canas, com oito horas de água; terra no Pico de Câmara de Lobos, também plantada de canas, que houve de Afonso Domingos; outro pedaço no mesmo Pico, que houve das freiras e de Salvador Vaz; outro pedaço de terra em Câmara de Lobos, que houve entre Marta de Sousa e os herdeiros de Afonso Cruz; uma terra no Pico de Câmara de Lobos, «da vinha velha da Levada», que ficou do pai, abaixo de João Mendes de Brito, a qual foi dividida pelos «sinco irmãos que somos» (f. 94 v.º); três quinhões e meio na Várzea da Tabua, sendo um de Isabel Lopes, outro de Catarina Lopes e outro de Francisca Lopes; dezanove horas de água da levada do Estreito; dia e meio de água da Ribeira de São Bernardino e cinco horas da levada das Freiras de Rui Mendes.SUCESSÃO: nomeia as irmãs solteiras Isabel Lopes e Catarina Lopes, suas herdeiras e testamenteiras, que partiriam irmãmente a sua fazenda e dividiriam o encargo; não casando nenhuma delas, a fazenda poderia permanecer junta. Casando, sucederia o filho ou filha primogénito «e assim andara juntamente a dita herança»; não tendo filhos, ficaria para herdeiro «que seja de minha geraçam e sera aquele que a dita possuir sentir ser mais suficiente», sendo tal herdeiro obrigado a mandar dizer oito missas anuais. ADMINISTRADOR/PRESTADOR DE CONTAS em 15[77]-03-20, data da primeira quitação (f. 3): Francisco Afonso Cortes. ÚLTIMO ADMINISTRADOR: morgado Mendo de Ornelas Cisneiros e Brito, pelo seu procurador.Outras informações do testamento (f. 10-18; 2.º traslado f. 89-103):ENTERRAMENTO: igreja matriz de Câmara de Lobos, em cova da avó Mor Rodrigues «que vai entestar com os pes na cabeceira da cova de meu pai ao canto do altar de Sancta Catherina». A mãe falecera há poucos dias e estava enterrada na cova do pai.IRMÃOS: Isabel Lopes, solteira; Catarina Lopes, solteira; Mecia Lopes, casada; Inês Lopes, casada; Francisco Rodrigues, casado; Francisca Lopes, falecida.LEGADOS: 50.000 réis a Isabel e Leonor, filhas do cunhado Vicente Gomes, que este lhe devia; possui um pedaço de terra no serrado de sua irmã Mecia Lopes, o qual deixa em dote à filha desta, Isabel, não casando ficaria à outra filha Francisca, por morte da irmã Isabel; lega 15.000 réis à irmã Inês Lopes, para ajuda de seu sustento e de melhor remediar o seu filho; lega 20.000 réis a cada uma das sobrinhas Margarida e Maria, filhas de João Martins e de sua sobrinha Maria Caldeira, para ajuda de seu casamento; deixa 10.000 réis à sobrinha Francisca, filha de sua irmã Mecia Lopes, para ajuda de seu casamento; lega 20.000 réis à sobrinha Aldonça, filha de seu irmão Francisco Rodrigues; à prima Inês Gonçalves lega 3.000 réis; deixa à cunhada Beatriz Álvares o remanescente do que pagou de um arrendamento de um bocado de terra por nove anos, que agora reduz para quatro anos, ficando a terra livre; lega 4000 réis a Joana, filha da cunhada Beatriz Álvares.ESCRAVOS: possui três escravos, Francisca, Leonor e António.UTENSÍLIOS AGRÍCOLAS: refere enxadas, podão, machadinha, foice.MÓVEIS: uma cama com suas cortinas novas; três cadeiras novas de espaldar; uma caixa de mar e um cofre onde tem os seus vestidos; um batel novo com seus remos.VINHO: possui quatro pipas, duas de vinho novo e duas de velho.DÍVIDAS/CRÉDITOS: preta Francisca Gonçalves, mulher do vendeiro João Gonçalves, devia-lhe 1000 réis; Paulo Gil da Ponta do Sol devia-lhe 3000 réis; Gregório Mendes devia-lhe 4000 réis; no que respeita à dívida da mulher de Gonçalo Anes, diz ter dela o penhor de uma taça dourada e um castiçal de prata; João Martins, canavieiro de António Correia, devia-lhe 2820 réis, sendo 2000 de um moio de trigo e 820 de pano comprado por seu pai; Francisco, filho de João Martins, devia-lhe uma pipa de mel pela qual se obrigou a dar nove arrobas de açúcar; dívida de 3100 réis contraída pela falecida D. Joana, mulher de Francisco de Bettencourt: já recebeu duas pipas de vinho, ambas a 1200 réis “a bica” e 240 réis de carreto, ficando a dever 1640 réis; a Salvador Vaz emprestou 6400 réis; Diogo Jacques, mercador em Guimarães, devia-lhe 1200 réis de panos de linho; Rodrigo Anes Camacho devia-lhe 800 réis de dinheiro emprestado; Marta de Sousa devia-lhe 500 réis que lhe emprestou por intermédio do sapateiro Sebastião Gonçalves; Pêro Fernandes, amo de Gaspar Correia, devia 300 réis «sobre hua manilha de prata»; Beatriz Rodrigues, viúva de João Fernandes, mareante, devia-lhe 3000 réis; dívida de 4600 réis de Marta de Sousa, «que pagou por ela» ao mercador Cristóvão Dias, de que já recebeu duas pipas de vinho; os herdeiros de Bárbara Ascenso deviam-lhe 1000 réis; Amador Vaz, genro do cavaleiro Afonso Vaz, que ora mora em São Miguel, devia-lhe 1000 réis de «gastos com vestir seus filhos quando foram para as ilhas»; o almocreve Afonso, que ora estava com Afonso Correia, devia-lhe 200 réis; Brás Gonçalves devia-lhe 500 réis de um penhor dado a sua irmã Catarina; o pescador João Vicente devia-lhe 300 réis emprestados para linho; Clara Afonso, viúva de (..?) Gonçalves devia-lhe 1960 réis por pano e o seu filho Belchior Gonçalves devia-lhe 1000 réis de dinheiro para tabuado; o clérigo Diogo Lopes devia-lhe 200 réis de dinheiro emprestado; António Fernandes, criado de Henrique de Bettencourt devia-lhe 350 réis de meia arroba de formas; Pedro Fernandes, almocreve que fora de António Correia, devia-lhe 200 réis; o mercador Francisco Dias devia-lhe 16.000 réis do resto de dinheiro emprestado; os mercadores vianenses António Gomes, Francisco Pires e António Fernandes, deviam-lhe 244.196 réis de todo o açúcar que lhe compraram nesse ano de 1544; Gregório Dias, mercador de Ponte de Lima, devia-lhe 59.762 réis de açúcar; João Brás devia-lhe 1000 réis, que ficou de pagar pela mulata Francisca, que fora de João de Bettencourt; dívida de Henrique de Bettencourt respeitante ao açúcar «que fiz» - de 12 pipas e 23 almudes e 4 canadas, sendo obrigado a pagar por pipa 9 arrobas de açúcar de meles.LITERACIA: assina o testamento.TESTEMUNHAS: Ambrósio de Freitas, morador na Ribeira Brava, que redigiu o testamento; João Camelo, morador na cidade do Funchal; Francisco Gonçalves, mercador e morador em Coimbra; Brás de Almeida, morador na ilha de São Miguel; Cristóvão de Almeida, mestre de açúcar; Gonçalo Dias, mercador e morador em Ponte de Lima, ora estante nesta cidade. Outros documentos:F. 108 – Despacho do juiz dos Resíduos, datado de 1808-12-22, manda que se verifique a instituição e fundação desta capela, para se verificar se consta «daqueles de cujos bens» se deve fazer a descrição topográfica, nos termos da lei.

Condições de acesso

Fora de consulta devido ao mau estado de conservação.

Cota atual

159-7

Cota original

Mç. 39, n.º 408

Cota antiga

Cx. 54, n.º 7

Idioma e escrita

Português

Publicador

josevieiragomes

Data de publicação

15/01/2024 15:22:31