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Perestrellos Photographos

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Perestrellos Photographos

Detalhes do registo

Identificador

72115

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/ABM/PER

Código da entidade detentora

ABM

Código do país

PT

Tipo de título

Formal

Título

Perestrellos Photographos

Datas

1890  a  1998 

Dimensão

Cerca de 380.000 negativos e provas

Técnica de captação

Entidade detentora

Arquivo e Biblioteca da Madeira

Produtor

Manuel de Olim Perestrello; M. O Perestrello & Filhos; M. O. Perestrello & Filhos Sucessores; Perestrellos Fotógrafos Lda

História administrativa/biográfica/familiar

A atividade da casa fotográfica “Perestrellos Photographos” começa com Manuel de Olim Perestrello (1854-1929), que inicia a sua atividade fotográfica em 1876, no estúdio de João Francisco Camacho (1833-1898), à rua de São Francisco. Em novembro de 1879, na torre da sua residência, situada à rua do Mosteiro Novo (atual rua do Seminário), abre o seu próprio estúdio fotográfico, dando princípio à reputada casa fotográfica conhecida como “Perestrellos Photographos”. No guia de A. Samler Brown, de 1901, encontramos um anúncio do fotógrafo Manuel de Olim Perestrelo nesta rua do Seminário, então rua Júlio Silva Carvalho, no nº 18.A 1 de novembro de 1909, Manuel Olim Perestrello aluga a Augusto Maria Camacho (1838-1927) o atelier que este construíra em terreno arrendado ao Ministério da Guerra, em 1882, junto à fortaleza de São Lourenço, na rua Hermenegildo Capelo (atual avenida Arriaga). O contrato de arrendamento especificava que ao atelier seria dada a designação de “Photographia M. O. Perestrellos Sucessores de A. Camacho”. A 2 de julho de 1910 constitui, juntamente com os seus filhos Eduardo de Olim Perestrello (1884-1947) e João de Olim Perestrello (1889-1971), a empresa “M. O. Perestrellos & Filhos”, para exploração do estúdio fotográfico. Em 1916 João de Olim Perestrello retira-se da sociedade, vendendo a sua parte na sociedade ao irmão Eduardo de Olim Perestrello, que nela continua com o seu pai. Esta sociedade é dissolvida em 1922, sendo permitido a Eduardo de Olim Perestrello continuar no uso da firma, de forma individual ou em sociedade, abonando, em troca, Manuel de Olim Perestrello e a sua esposa Justina Martins Perestrello de uma mensalidade até à morte de ambos. Na mesma escritura de dissolução é formada uma nova sociedade entre Eduardo Olim Perestrello, Jorge de Olim Perestrello (1899-1970), Cecílio Gregório da Câmara e Manuel de Olim Perestrello Júnior (1893-1980), com a denominação de ”M. O. Perestrello & Filhos Sucessores” e que tinha como objeto, para além da fotografia, quaisquer outros negócios com que os sócios concordassem. Com a aquisição dos terrenos onde se encontrava instalado o atelier, em 1923, e a construção de um novo edifício, em 1924, com a designação de “Perestrellos House”, a sociedade passa, para além da atividade fotográfica, a dedicar-se, também, ao sector do bordado e dos artefactos regionais, que abandona em 1932. Entretanto, já em 1931 Jorge de Olim Perestrello tinha deixado a sociedade. Esta casa foi, também, grande impulsionadora da produção de documentários cinematográficos regionais, tendo filmado diversos acontecimentos a partir de finais da década de 20.Em 1937, a sociedade ”M. O. Perestrello & Filhos Sucessores” é transformada numa sociedade comercial por quotas, com a denominação de “Perestrellos Photographos Lda”, entrando como novos sócios João Martins Perestrello (1909-?), Alberto Martins Perestrello e Raúl Martins Perestrello (1915-1998). Em 1938, a sociedade adquire um prédio à firma “Leacock & Cª Lda”, na esquina da rua do Conselheiro com a avenida Arriaga, sendo demolido o prédio do estúdio fotográfico, a norte do palácio de São Lourenço, em 1939, por imposição da Câmara Municipal do Funchal. Até ao final da construção do novo prédio, iniciada em 1941, no local adquirido à empresa “Leacock & Cª Lda”, o estúdio fotográfico muda-se, provisoriamente, para a rua do Aljube. Para além do estúdio, a firma possuía lojas de fotografia no “Reid’s Palace Hotel” e no “Hotel Savoy”, o que lhes deu possibilidade de fotografar diversas personalidades que passaram pela Madeira.Em 1991, o prédio da firma é demolido, para a construção do Centro Comercial do Infante (atual Marina Shopping), passando aquela, provisoriamente, para a rua Nova da Alegria e instalando-se, em 1995, na rua dos Barreiros.No ano de 2000, o estúdio fotográfico de “Perestrellos Photographos Lda” encerra, sendo, depois, decretada a falência da firma.O mérito desta casa fotográfica foi reconhecido, em 1958, pelo governo espanhol, que agraciou Raúl Martins Perestrello com a condecoração “Mérito Civil - Isabel, a Católica”, pela sua reportagem da visita de Dona Carmen Polo Franco à Madeira; em 1979, pela Câmara Municipal do Funchal, que confere a medalha da Cidade do Funchal à firma “Perestrellos Photographos Lda”; em 1995, pelo Governo Regional da Madeira, que distingue Raúl Martins Perestrello com o galardão “Estrelícia Dourada”.

História custodial e arquivística

O espólio deste fundo foi incorporado por várias vezes, com a intervenção do gerente da "Perestrellos Fotógrafos Lda", Raul Martins Perestrelo, com exceção da última aquisição. A primeira aquisição deu-se em 1984 à firma “Perestrellos Photographos, Limitada” de parte do espólio fotográfico, relativo aos anos de 1890 a 1965. Em 1992, são adquiridos a Raul Martins Perestrelo um conjunto de negativos que retratam paisagens de Lisboa e das Ilhas Canárias, estes últimos da autoria de Jordão Olim Perestrelo, filho de Manuel Olim Perestrelo, que se estabeleceu como fotógrafo no arquipélago das Canárias. Em 1993, o gerente Raúl Martins Perestrelo, doou ao “Photographia - Museu Vicentes” o que restou do arquivo fotográfico mais recente (negativos a cores nos formatos 6x6, 6x9, 35mm), datável das décadas de 80 e 90 do século XX, e que tinha escapado aos danos causados pela aluvião de 29 de outubro desse mesmo ano na sua sede, à rua Nova da Alegria. Em 2002, foi realizada uma incoprporação através de liquidação judicial por falência da firma “Perestrellos Fotógrafos, Lda”.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Aquisição à firma “Perestrellos Photographos, Limitada” de parte do espólio fotográfico, relativo aos anos de 1890-1965, pelo Governo Regional da Madeira, a 27 de novembro de 1984, aprovada por Resolução do Governo Regional da Madeira com o n.º 247, de 1 de março de 1984, sendo incorporado no “Photographia Museu Vicentes”. Aquisição a Raul Martins Perestrelo pelo Governo Regional da Madeira, em 1992, por Resolução do Governo Regional da Madeira, n.º 151/92, de 13 de fevereiro, de um conjunto de negativos que retratam paisagens de Lisboa e das Ilhas Canárias.Doação de Raúl Martins Perestrelo ao “Photographia - Museu Vicentes”, em 1993, do arquivo fotográfico mais recente (negativos a cores nos formatos 6x6, 6x9, 35mm), datável das décadas de 80 e 90 do século XX.Aquisição, a 7 de novembro de 2002, através de liquidação judicial por falência da firma “Perestrellos Fotógrafos, Lda” .Depósito de todo o espólio no Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira (ABM), a 23 de junho de 2016.

Âmbito e conteúdo

O arquivo dos “Perestrellos Photographos” reúne um extenso e valioso testemunho de imagens não só do espaço madeirense, mas também de Lisboa e Canárias. Eternizadas através da objetiva dos fotógrafos, que ao longo de gerações se notabilizaram neste estúdio, podemos encontrar um leque de panorâmicas e vistas da paisagem urbana e rural do arquipélago da Madeira, bem como imagens que ilustram os monumentos do nosso património, as tradições populares e festivas, os costumes, os trajes típicos, os arruamentos, os transportes tradicionais e as atividades económicas que, por sua vez, afloram os registos de lojas comerciais, hotéis, entre outros aspetos. Muitas destas imagens, selecionadas pela casa fotográfica, correram mundo em edições de postais. O universo representativo deste acervo compreende ainda retratos de estúdio, de personalidades nacionais e de visitantes ilustres que passaram pela Madeira, como também inclui reportagens fotográficas de vários acontecimentos que marcaram a história da ilha. Em algumas ocasiões, as fotografias e reportagens produzidas foram inseridas em guias turísticos, no “Diário de Notícias” do Funchal, na revista “Ilustração Portuguesa” e no jornal londrino "Daily Mail".

Sistema de organização

A organização do acervo “Perestrellos Photographos” insere-se nos mesmos parâmetros de classificação temática que foram uniformizados, pelo ABM, para a inventariação e divulgação geral do fundo “Photographia Vicente”. Assim, baseado nos critérios de normalização arquivística, a estrutura de classificação temática esquematiza, numa dependência hierárquica de secções, subsecções e séries, uma nomenclatura de assuntos direcionados com o âmbito dos conteúdos retratados.

Condições de acesso

Comunicável. O fundo está parcialmente disponível ao público em formato digital.

Condições de reprodução

Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do ABM. Em todas as imagens serão obrigatoriamente referenciados os respetivos créditos, segundo o Regulamento Geral de Acesso e Reproduções do ABM.

Notas do arquivista

Data2017-06-29 ArquivistaManuela Marques Nota do arquivistaPhotographia-Museu "Vicentes" (2004), Colecção Perestrellos Photographos, Funchal, SRTCPhotographia-Museu "Vicentes" (2013), História da Photographia na Madeira (DVD), Funchal, s.n.ABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Registos Notariais, liv. 3046 (1910)ABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Registos Notariais, liv. 6203 (1922)ABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Registos Notariais, liv. 7808 (1937)
Data2018-12-03 ArquivistaManuela Marques Nota do arquivistaBROWN, A. Samler, 1901, Madeira and Canary Island With the Azores, London, Sampson Low, Marston & Co, Limited.