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Gino Romoli

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Gino Romoli

Detalhes do registo

Identificador

551343

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/ABM/GRM

Código da entidade detentora

ABM

Código do país

PT

Tipo de título

Formal

Título

Gino Romoli

Datas descritivas

[Entre o início do séc. XX e 1982]

Dimensão

O fundo é constituído por 4 positivos, em vidro, 14 diapositivos a cores, 9 negativos estereoscópicos, 5 negativos duplos, e 68 negativos simples, em vidro e película, monocromáticos.

Entidade detentora

Photographia-Museu Vicentes, em depósito no Arquivo e Biblioteca da Madeira

Produtor

Romoli, Gino (1906-1982)

História administrativa/biográfica/familiar

Gino Romoli nasceu a 22 de fevereiro de 1906, no município de Borgo Buggiano, província de Pistoia, em Itália. Filho do diretor bancário Ferdinando Romoli e de Agnesi Natali, deixou o seu país durante a ditadura fascista, estabelecendo-se na Costa Azul, no sul de França, onde começou a trabalhar como empregado de hotel e decorador de salões de festas. Depois dessa experiência, viajou por várias cidades da França e da Europa, observando-se na sua coleção alguns registos fotográficos dos países por onde passou. Deslocou-se pela primeira vez à Madeira vindo de Inglaterra, por volta de maio de 1930. Ter-se-á hospedado no Reid's Carmo Hotel, na rua do Carmo, pois tinha sido solicitado para executar as decorações deste hotel. A 22 de novembro de 1932 desembarcou, pela segunda vez, no porto do Funchal, vindo de Southampton a bordo do navio inglês "Winchester Castle". Recolhas efetuadas pelo investigador Eberhard Axel Wilhelm sustentam que em "1936, instalou-se de vez na Madeira, ganhando a vida como decorador, fotógrafo particular e 'barman' no Reid's Carmo Hotel", e, posteriormente, de acordo com outros depoimentos, no Reid's Palace Hotel, à Estrada Monumental, gerido pelo italiano Luigi Gandolfo (que foi diretor do hotel entre 1921 e 1939 e cônsul de Itália no Funchal). Gino Romoli também trabalhou temporariamente no Hotel Savoy, revelando-se um profissional competente, porém a crise do turismo durante a II Guerra Mundial e, em particular, o seu entusiasmo pelas atividades artísticas, tais como a pintura, o desenho e a decoração, fizeram com que abraçasse novos desafios profissionais. Assim, na década de cinquenta, Gino Romoli dedicou-se à "tapeçaria e aos bordados nas suas mais variadas expressões", pelo menos entre 1952 e 1975, com bastante êxito, na casa de bordados "Madeira Supérbia", localizada na rua do Carmo, n.º 27 (2º andar) e, a meio tempo, entre 2 de novembro de 1958 e 1966, como empregado no antigo Grémio dos Industriais de Bordados da Madeira, que funcionava no mesmo edifício, na rua do Carmo, n.º 27 (1º e 3º andares), onde deu apoio e serviu de inspiração aos desenhos da tapeçaria madeirense. Como memória da sua atividade, destaca-se a autoria da tapeçaria que se encontra no núcleo museológico do Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira - IBTM, atual IVBAM, à rua Visconde Anadia, bem como a edição pelo menos de 22 bilhetes-postais (cujos negativos não integram o presente fundo, a exceção de um). Ilustram temáticas variadas, entre as quais: vistas da ilha, transportes em carro de bois e em rede, flores e jardins, Reid's Palace Hotel e sua zona balnear. Além destes trabalhos, sobejamente conhecidos, Eberhard Axel Wilhelm acrescenta que Gino Romoli concebeu conteúdos artísticos para prospetos e desdobráveis ligados ao turismo, inclusive rótulos para produtos frutícolas e hortícolas da ilha. Também restaurou quadros de particulares e do palácio de São Lourenço. Graças ao seu talento, a convite do governador civil do Funchal, Gino Romoli participou no projeto de remodelação da capela tumular do imperador Carlos da Áustria, na igreja de Nossa Senhora do Monte, acompanhando a orientação das obras, cuja inauguração, a 10 de janeiro de 1968, contou com a presença da imperatriz Zita e dos filhos, arquiduque Otto e arquiduquesa Adelaide, bem como do próprio Gino Romoli e das diversas autoridades religiosas, civis e militares. Nos últimos anos de sua vida, colaborou nas atividades culturais da Câmara Municipal do Funchal e foi professor de italiano no ISAL, uma escola de formação na área de administração e línguas, à rua das Dificuldades. Durante todo esse tempo de efetiva permanência na Ilha da Madeira, Gino Romoli residiu no último andar do prédio "Madeira Supérbia", na rua do Carmo n.º 27A, propriedade de Carolina Vieira de Castro Rocha Machado (1901-1986), filha do banqueiro Henrique Vieira de Castro (1869-1926), edifício onde, outrora, foi o Hotel Mile's e Reid's Carmo Hotel. Gino Romoli faleceu, solteiro, nesta cidade, no dia 20 de dezembro de 1982.

História custodial e arquivística

O fundo foi doado ao Photographia-Museu Vicentes a 10 de fevereiro de 1983. Incorpora negativos em vidro e em película, assim como alguns equipamentos fotográficos. O fundo compreende vários negativos manifestamente realizados anteriormente à presença de Gino Romoli na Ilha da Madeira, e ainda outros que, sendo posteriores, não têm qualquer relação aparente com a sua autoria ou afinidades com o seu contexto profissional, não sendo possível determinar em que circunstâncias tais negativos integraram este universo documental. O termo de doação foi formalizado nos aposentos onde Gino Romoli viveu, na rua do Carmo, n.º 27A, dois meses após o seu falecimento. Estiveram presentes neste ato o padre Ângelo Colombo e José Manuel Andrade Castro, que assinaram como representantes de Gino Romoli, e a diretora regional dos Assuntos Culturais, Dr.ª Maria Teresa Figueira de Freitas. Entre 2015 e 2016, o Photographia-Museu Vicentes procedeu ao pré-inventário dos negativos e ao seu acondicionamento em novas caixas e envelopes, por formato. Em 23 de junho de 2016, os negativos foram depositados no Arquivo e Biblioteca Pública da Madeira (ABM), a fim de garantir melhores condições de conservação. Os equipamentos fotográficos registados no termo de doação permaneceram no Photographia-Museu Vicentes.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Doação ao Governo Regional da Madeira, através do Photographia-Museu Vicentes, a 10 de fevereiro de 1983, pelo padre Ângelo Colombo e o Sr. José Manuel Andrade Castro, representantes e amigos próximos de Gino Romoli. Depósito no ABM a 23 de junho de 2016.

Âmbito e conteúdo

Positivos, diapositivos, negativos estereoscópicos, negativos duplos e negativos simples, num total de 100 imagens, em suporte de vidro e película, a preto e branco e a cores, de autoria de Romoli e ainda de outros fotógrafos não identificados.Na componente geográfica e temática as imagens reproduzem uma parcela significativa de paisagens e aspetos do quotidiano das Ilhas da Madeira e Porto Santo, sendo um grupo, mais reduzido, de imagens captadas em outras regiões do estrangeiro, certamente lugares visitados por Gino Romoli. Sobressaem ainda registos de espécies botânicas e de jardins no Funchal, e, também, de alguns edifícios, evidenciando-se neste âmbito vistas de igrejas, quintas e hotéis da cidade, sobretudo do Reid's Palace Hotel e seus hóspedes na zona balnear. Um núcleo particularmente relevante de fotografias no presente fundo, que se destaca, desde logo, pela sua quantidade, mas também pela sua antiguidade, é composto por um conjunto de retratos de exterior, em especial obtidos em contexto familiar e em ambientes residenciais, e cuja autoria não é atribuível a Gino Romoli.

Sistema de organização

O fundo foi classificado a partir de um critério geográfico e temático, tendo-se constituído três secções em função da natureza dos motivos retratados, na seguinte ordem: PT/ABM/GRM/A - Madeira; PT/ABM/GRM/B - Outras localidades e PT/ABM/GRM/C - Retratos.Constituiu-se ainda uma secção (PT/ABM/GRM/D - Outros fotógrafos) para enquadrar fotografias de outros autores que não Romoli.As séries compreendidas na secção PT/ABM/GRM/A foram ordenadas alfabeticamente. Os documentos compreendidos nas demais unidades de descrição foram ordenados sequencialmente pelo n.º de inventário, tendo este sido atribuído em função da organização ou disposição física dos documentos nas respetivas unidades de acondicionamento.

Condições de reprodução

Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do ABM. Em todas as imagens serão obrigatoriamente referenciados os respetivos créditos, segundo o Regulamento Geral de Acesso e Reproduções do ABM.

Idioma e escrita

Português

Instrumentos de descrição

Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Gino Romoli, 2018 (idd n.º 160).

Notas do arquivista

TítuloAbreviaturas, siglas e acrónimos Data2018-10-29 ArquivistaAlda Pereira Nota do arquivistaABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da MadeiraGRM - Gino RomoliAnt. - Anterior Cm - Centímetro(s)F. - Folha / fólio Liv. - LivroN.º - NúmeroP. - Página (s)Séc. - Século
TítuloFontes e bibliografia utilizadas Data2018-10-29 ArquivistaAlda Pereira Nota do arquivistaDescrição baseada no pré-inventário cedido pelo Photographia-Museu Vicentes, bem como na seguinte documentação: Fontes manuscritas:ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de óbitos, liv. 4064, f. 842 v.º, registo n.º 1684 (1982.12.21).Periódicos:DN - Diário de Notícias, Funchal, 1982.12.22, p. 9.DN, 1932.11.23, p. 3.DN, 1968.01.11, pp. 1 e 5.JM - Jornal da Madeira, Funchal, 1982.12.22, p. 5.JM, 1983.12.22, p. 9.Referências bibliográficas:WILHELM, Eberhard Axel, 2001, “Bordados e Tapeçarias: A Família Germano-Madeirense Muller”, in Xarabanda n.º 13, Funchal, 2000-2001, pp. 21-25.