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Alberto Camacho Brandão

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Alberto Camacho Brandão

Detalhes do registo

Identificador

410952

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/ABM/ALB

Código da entidade detentora

ABM

Código do país

PT

Tipo de título

Atribuído

Título

Alberto Camacho Brandão

Datas descritivas

Entre 1912 e 1945

Dimensão

74 negativos em suporte de vidro, de gelatina sal de prata, nos formatos de 8 x 13 cm, 10 x 16,5 cm, 12 x 16,5 cm e 13 x 18 cm; 5 negativos em suporte de película, de gelatina sal de prata, de 8 x 12 cm e 10 x 16,2 cm e 12 provas fotográficas, de 15,3 x 23,2 cm.

Técnica de captação

Entidade detentora

Photographia-Museu Vicentes, em depósito no Arquivo e Biblioteca da Madeira

Produtor

Brandão, Alberto Camacho. 1884-1945.

História administrativa/biográfica/familiar

Alberto Camacho Brandão nasceu na Freguesia de São Pedro, na cidade de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores, a 12 de outubro de 1884. Era filho do tenente João Joaquim Brandão, natural da Freguesia de São Pedro, Concelho do Funchal, e de Maria d’ Oliveira Brandão. Foi batizado na igreja paroquial de Santa Luzia, no Concelho do Funchal, no dia 16 de maio de 1885. À semelhança de seu pai, seguiu a carreira militar. Assentou praça a 4 de abril de 1904 e concluiu o curso de Artilharia da Escola do Exército em outubro de 1909, sendo promovido a alferes em novembro desse mesmo ano. A “1 de dezembro de 1911 foi promovido a tenente e a 1 de dezembro de 1915 a capitão”.Foi mobilizado para o campo de batalha da I Guerra Mundial (1914-1918), tendo seguido para França, integrado no Corpo Expedicionário Português, em março de 1917, que ficou subordinado às ordens do exército inglês, através da "British Expeditionary Force", na região do vale do rio de La Lys, no sul da Flandres (atual Bélgica)". Em função dos treinos intensivos sobre as novas técnicas de combate de que faziam parte, entre outros, os exercícios com metralhadoras e granadas, artilharia de trincheiras, bem como manobras de combate com máscaras antigás, Alberto Camacho Brandão acabou por ser atingido pelos gases utilizados, tendo por isso regressado a Portugal a fim de ser hospitalizado. Em outubro de 1917 voltou novamente para a França e, por idêntico motivo, regressou a Portugal de modo a poder curar-se. Depois "de alguns meses de internamento num hospital militar, em abril de 1918, partiu para França" em direção ao palco de combate na Flandres, onde participou na Batalha de La Lys, ocorrida a 9 de abril de 1918. Pelo seu empenho na causa republicana, foi agraciado, no dia 5 de outubro de 1919, com o grau de oficial de Torre Espada pelo “Valor, Lealdade de Mérito” na defesa da República durante a revolta monárquica de Monsanto, ocorrida entre 22 e 24 de janeiro de 1919. Durante a sua carreira recebeu ainda outras condecorações, tais como a medalha da Cruz de Guerra de 1.ª e 3.ª Classe e “muitas outras medalhas incluindo a de ouro por comportamento exemplar”. A “20 de março de 1920 foi promovido a major” e, anos mais tarde, promovido ao posto de "tenente-coronel", tendo a notícia circulado na imprensa regional ente 21 e 22 de outubro de 1930. Ainda na década de 1930 passou à reserva, “dedicando-se ao ensino no particular, lecionando disciplinas das ciências exatas”.A par da sua vida profissional, Alberto Camacho Brandão contraiu casamento civil em Lisboa, a 28 de agosto de 1912, com Isilda Perestrelo Brandão, filha do fotógrafo madeirense Manuel Olim Perestrelo (1854-1929) e de Justina Augusta Martins (1862-1946). Deste enlace tiveram duas filhas: Maria e Maria Manuela.Maria Perestrelo Brandão nasceu em 1911 na Freguesia de Santa Isabel, Concelho de Lisboa, tendo contraído matrimónio no Funchal com Manuel Rodrigues Tranquada, a 9 de setembro de 1931, e Maria Manuela Perestrelo Brandão nasceu em 1919 na Freguesia de São Sebastião da Pedreira, também em Lisboa, casando-se no Funchal com Eduardo Gonçalves Luís, 7 de dezembro de 1935.Supostamente terá sido no contexto da sua relação familiar com o seu sogro Manuel Olim Perestrelo, fundador do atelier "Perestrellos Photographos", que Alberto Brandão tomou o gosto pela arte da fotografia, registando, como fotógrafo amador, vários momentos da sua vida familiar e da sua atividade profissional. Da sua coleção fotográfica contam-se, assim, vários retratos e alguns negativos que incluem exercícios de treino militar e ainda imagens com enquadramentos de paisagens do Funchal, assim como de Portugal Continental, onde passou parte de sua vida profissional.Pelas evidências documentais, na década de 1930 Alberto Camacho Brandão encontrava-se definitivamente a viver no Funchal, mais concretamente no sítio da Penha de França e no sítio do Tanque, ambos na Freguesia do Monte, onde usufruía das suas duas habitações. Ali permaneceu o resto da sua vida, vindo a falecer já muito doente e com sessenta anos, na residência no sítio do Tanque, à estrada do Marmeleiros, no dia 20 de junho de 1945. A sua esposa também viveu o resto da sua vida no Funchal, vindo a falecer na sua residência, à estrada dos Marmeleiros, Freguesia do Imaculado de Maria, a 8 de março de 1968.

História custodial e arquivística

Estes negativos estavam na pose de José Alberto Brandão Luís, neto do tenente-coronel Alberto Camacho Brandão, tendo sido doados ao Photographia-Museu Vicentes (PMV) por sua esposa, D. Maria Zita Teixeira da Fonte Luís, a 2 de junho de 1999. A 16 de maio de 2010 a Associação dos Amigos do Photographia-Museu Vicentes procedeu à entrega de um Diploma de homenagem pela doação em nome de José Alberto Brandão Luís. Em 23 de junho de 2016, este fundo foi, juntamente com todo o acervo fotográfico do PMV, depositado no ABM, a fim de garantir melhores condições de conservação.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Doação ao Governo Regional da Madeira, através do Photographia-Museu Vicentes, pela D. Maria Zita Teixeira da Fonte Luís, a 2 de junho de 1999. Depósito no ABM a 23 de junho de 2016.

Âmbito e conteúdo

Esta coleção é constituída por 79 negativos simples, monocromáticos e 12 provas fotográficas, monocromáticas, sendo que 74 negativos são em suporte de vidro, de gelatina sal de prata e 5 em suporte de película, de gelatina sal de prata. As imagens foram captadas, supostamente, a partir de 1912, pois o gosto de Alberto Camacho Brandão pela fotografia deverá ter sido reforçado pela relação familiar com o seu sogro Manuel Olim Perestrelo, conceituado fotógrafo madeirense. A coleção reflete várias facetas e percursos da vida de Alberto Camacho Brandão, encontrando-se organizada em três secções: A - Carreira Militar; B - Paisagens e C - Retratos. No âmbito geral, as fotografias dão visibilidade a alguns momentos captados no contexto do desempenho da sua atividade no Exército, observando-se por vezes Alberto Camacho Brandão a fotografar os seus companheiros de grupo e, também, a ser fotografado com eles, em ambiente de acampamento e treino militar. Num plano mais pessoal e particular observam-se registos de autorretratos e retratos da sua família. Na sequência da sua vivência em Portugal Continental e na Ilha da Madeira, este fundo compreende ainda um leque relevante de imagens dessas regiões, destacando-se, entre o núcleo identificado, as vistas da cidade de Portalegre, da Serra da Estrela e, localmente, paisagens da cidade do Funchal, bem como duas panorâmicas do Curral das Freiras, no Concelho de Câmara de Lobos.

Sistema de organização

O fundo apresenta-se organizado de acordo com os conteúdos temáticos dos documentos fotográficos, tendo sido criadas três secções temáticas: A - Carreira Militar; B - Paisagens; C - Retratos. A secção B divide-se, por sua vez, em três subsecções incluindo duas séries. A secção C apresenta-se também com duas séries, todas respetivamente ordenadas alfabeticamente. Relativamente à organização física, os negativos em vidro encontram-se agrupados em três caixas dimensionadas em função das especificidades do tamanho de cada suporte. Os negativos em película encontram-se acondicionados em caixas para as dimensões do suporte, sucedendo-se o mesmo tratamento em relação às provas fotográficas.

Condições de acesso

Comunicável. O fundo está disponível ao público em formato digital.

Condições de reprodução

Reprodução para exposição, publicação e utilização comercial mediante autorização do ABM. Em todas as imagens serão obrigatoriamente referenciados os respetivos créditos, segundo o Regulamento Geral de Acesso e Reproduções do ABM.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de descrição

Disponível apenas o presente catálogo - Alberto Camacho Brandão: instrumentos descritivos, 2018 (idd n.º 154)

Notas do arquivista

TítuloAbreviaturas, siglas e acrónimos Data2017-11-20 ArquivistaAlda Pereira Nota do arquivistaABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da MadeiraALB - Alberto Camacho BrandãoAnt. - Anterior aCm - Centímetro(s)Cx. - Caixa(s)F. - Folha / fólio Liv. - LivroN.º - NúmeroP. - Página (s)Séc. - Século
TítuloDescrição elaborada por Alda Pereira com base em informações recolhidas nas seguintes fontes Data2017-11-27 ArquivistaAlda Pereira Nota do arquivistaFontes manuscritas:ABM - Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Paróquia de Machico, Registo de batismos, liv. 805, f. 48 v.º (1854.10.14).ABM, Paróquia de Santa Luzia, Registo de batismos, liv. 1491, registo n.º 51 (1885.05.16).ABM, Paróquia da Sé, Registo de batismos, liv. 1264, registo n.º 74 (1862.11.16).ABM, Paróquia da Sé, Registo de batismos, liv. 1284, registo n.º 66 (1882.10.02). ABM, Paróquia da Sé, Registo de casamentos, liv. 1314, f. 14-14 v.º (1878.11.23).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de casamentos, liv. 65, f. 256-256 v.º, registo n.º 252 (1931.09.09).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de casamentos, liv. 78, f. 458, registo n.º 454 (1935.12.07).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de óbitos, liv. 242, f. 227, registo n.º 452 (1929.04.11).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de óbitos, liv. 311, f. 375, registo n.º 748 (1945.06.20).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de óbitos, liv. 315, f. 138, registo n.º 273 (1946.03.04).ABM, Conservatória do Registo Civil do Funchal, Registo de óbitos, liv. 411, f. 158 v.º, registo n.º 314 (1968.03.08).ABM, 1.ª Repartição de Finanças do Funchal, Processo de imposto sucessório n.º 12698, cx. 253 (1945.07.16/1955-10-27).Periódicos:DN - Diário de Notícias, Funchal, 1909.11.01, p. 2DN, 1929.04.13, p. 3.DN, 1930.10.22, p.1 DN, 1945.06.22, p. 1DN, 1946.03.05, pp. 2-3.DN, 1968.03.09, p. 6.Eco do Funchal, 1945.06.24, p.5.JM - Jornal da Madeira, Funchal, 1929.04.13, p. 2.JM,1930.10.21, p.1JM, 1945.06.22, p.2.Referências bibliográficas:BARROS, Fátima (coord), GUERRA, Jorge Valdemar, 2010, Funchal 500 anos: Momentos e Documentos da História da Nossa Cidade, Funchal, Secretaria Regional da Educação e Cultura/Arquivo Regional da Madeira, pp. 190 e 197.CLODE, Luiz Peter, s.d., Registo Bio-bibliográfico de Madeirenses: sécs. XIX e XX, Funchal, Caixa Económica do Funchal, p. 77.Recursos em linha:“A Batalha de La Lys", disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_La_Lys>, consultado em 2017.05.09."Cem mil soldados portugueses combateram na Primeira Grande Guerra", disponível em <http://mundoportugues.org/article/view/62193>, consultado em 2017.05.09.“Ordens Honoríficas Portuguesas”, disponível em <http://www.ordens.presidencia.pt/>, consultado em 2017.11.09.