Registo geral de documentos da Câmara (tomo I)
Identificador
35027
Nível de descrição
Documento composto
Código de referência
PT/ABM/CMFUN/C-A/001-001/00002
Tipo de título
Atribuído
Título
Registo geral de documentos da Câmara (tomo I)
Datas
1517-10-14
a
1623-05-12
Datas descritivas
1517-10-14/post. 1623-05-12
Dimensão
1 liv.: 425 f. ms. e num.
Âmbito e conteúdo
Treslados efetuados por frei Diogo de Medina, da Ordem de São Bento, e outros, a partir de documentos originais datados de 1452 a 1623.Contém um prólogo e um índice.
Cota atual
D2/B15/E10/PD/1395
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de descrição
Arquivo Histórico da Madeira, vol. XV-XIX (transcrições do tomo I do Registo geral da Câmara Municipal do Funchal, por Francisco de Sousa Melo).
Existência e localização de cópias
Digitalizado (856 imagens); Col. Mf. 1918
Notas
Na sua introdução às transcrições do presente tomo, publicadas nos volumes XV a XVIII de "Arquivo Histórico da Madeira", diz-nos Francisco de Sousa Melo: "o Tomo I do Registo da Câmara Municipal do Funchal é um volumoso manuscrito de 427 fólios (...) num papel grosso e encorpado em que é visível, além das pontusais, uma marca de água figurando um 'p' da escrita gótica com a extremidade da haste aberta em forquilha. As folhas têm de dimensões, em média, 375x270 mm., sendo a mancha da escrita 235x165 mm., também em média. As margens da cabeça e da frente aproximam-se na sua medida, que oscila, nas primeiras, entre 45 e 61 mm., e nas segundas, entre 50 e 70 mm. A margem do pé, sempre maior que a da cabeça, varia entre 81 e 88 mm. Encontrámos também que a medianiz regula por 90 mm., o que dá uma média de 45 mm. para cada margem inferior. Porém, esta regularidade de medida na mancha e nas margens, terminado o trabalho do primeiro copista, a custo se mantém e acaba mesmo por desaparecer.Os nove primeiros fólios não são numerados e compreendem um prólogo e um índice, que vão do segundo fólio ao verso do nono. A numeração começa logo que entra a transcrição dos documentos, e vai, em algarismos romanos situados no canto exterior da cabeça dos fólios, de i a ccccxxb. Escrita a tinta vermelha, apresenta alguns lapsos que uma segunda numeração, igualmente a vermelho mas em algarismos árabes, procura corrigir. Os encontros e desencontros das duas numerações, a continuidade ou descontinuidade do nexo sintático, levam-nos: - a atribuir a inexistência dos números cj, clRj, ccccxxj e ccccxxij a um lapso do copista; - a aceitar que a falta dos fólios x e xj se deve, por certo, a uma extorsão posterior à segunda numeração; - a concluir que os fólios ccccxiiij e ccccxb se perderam antes da feitura dessa segunda numeração.Como no verso do quarto fólio inumerado, e já no índice, o último documento indicado é remetido ao fólio lxx, e no fólio seguinte o primeiro documento é, por sua vez, remetido ao fólio cxb, temos que contar com mais um perdido, e fixar em 432 o total de fólios que primitivamente constituíam o tomo. (...)Em cumprimento do mandado do Doutor Diogo Taveira, enviado por D. Manuel, em 20 de Fevereiro de 1516, como corregedor com alçada à Madeira, e que determinava "copilar E esprever" a "grande disformjdade de papelles E cartas E priuijlegios muytos por antigujdad rrotos E mall tratados", Frei Diogo de Medina, monge da Ordem de S. Bento, trabalhou com afinco desde cerca de Outubro de 1517 a 31 de Março de 1518. (...)Dele, ao certo, ficou-nos, numa letra gótica-humanística do séc. XVI, um texto que se distribui, no Índice, em duas colunas, e vai corrido de margem a margem, nos restantes fólios. Do cccRbij v.º em diante, sucedem-se grafias diversas num trabalho que já não nos parece obedecer ao intento inicial. Também nos parece certo que a numeração em algarismos romanos, no canto superior direito de cada fólio e no Índice, seja da sua mão, pois o traçado dos algarismos é idêntico ao dos usados na data dos documentos transcritos pelo copista. Já não podemos avançar que a segunda numeração, em algarismos árabes, tenha sido feita por Frei Diogo de Medina, embora a tinta empregada seja da mesma cor. Porém, com essa tinta, e na mesma letra das transcrições, vê-se ainda os títulos que as encimam, resumindo com maior ou menor precisão o documento a que respeitam, e as frequentes anotações à margem que resumem ou apontam a importância do trecho. (...)Supomos ter sido o próprio copista, Frei Diogo de Medina, quem tanto esmero pôs na qualidade da ornamentação dos fólios j e iij. Ainda nos bj e biij, o trabalho de decoração das capitais 'C' e 'F' foi concluído, embora o vazio das margens da cabeça, frente e pé, e o esboço na margem inferior do bj, os vestígios do traçado em esquadria, tudo sugira um progressivo aligeiramento. As capitais 'C' e 'P' dos fólios xij e xxxiiij v.º mantêm o cuidado inicial; mas no xiij v.º, a capital 'C', embora pintada, está inscrita num quadrado que está vazio de ornatos. Ficou-nos a impressão de que o copista, perante a vastidão da tarefa de que foi incumbido, tenha abandonado as intenções do princípio, ou que, com a cópia concluída, não tenha tido a possibilidade de prosseguir com um projecto de ornamentação.Na primeira linha do texto, o prolongamento das hastes ascendentes do 'b', 'd', 'f', 'h', 'l' e 's', e na última, o das hastes descendentes do 'f', 'g', 'i' longo, 'p', 'q', 'r' e 's' longos, e 'y' raramente motivam ornatos. A partir do fólio lxx, dá-se uma simplificação nítida do desenho caligráfico em todas as capitais que iniciam documento ou capítulo, o que nos parece reforçar a primeira das hipóteses postas atrás" (Francisco de Sousa Melo, "Tombo I.º do Registo Geral da Câmara Municipal do Funchal, 1.ª parte", Arquivo Histórico da Madeira, vol. XV, 1972, pp. XII-XXI).
Publicador
nunomota
Data de publicação
19/08/2022 12:42:59