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Escola Médico-Cirúrgica do Funchal

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Escola Médico-Cirúrgica do Funchal

Detalhes do registo

Identificador

1034

Nível de descrição

Fundo   Fundo

Código de referência

PT/ABM/EMCFUN

Código da entidade detentora

ABM

Código do país

PT

Tipo de título

Atribuído

Título

Escola Médico-Cirúrgica do Funchal

Datas

1757  a  1945-03-28 

Datas predominantes

1837/1909

Dimensão

20 cx. (31 liv.; 23 cap.; 9 pt.; 7 mç.; 3 doc. fora de formato)

Suporte

Entidade detentora

Arquivo e Biblioteca da Madeira

Produtor

Escola Médico-Cirúrgica do Funchal.

História administrativa/biográfica/familiar

A Escola Médico-Cirúrgica do Funchal foi criada por Decreto de 29 de dezembro de 1836, que determinava que em cada uma das capitais dos distritos ultramarinos fosse criada uma escola médico-cirúrgica.A Comissão Administrativa da Santa Casa da Misericórdia do Funchal instalou a Escola no Hospital, no espaço que foi ocupado pela antiga enfermaria dos súbditos ingleses, tendo iniciado a sua atividade em outubro de 1837, embora previamente à sua instalação tenham sido feitas tentativas de criar condições de ensino aos praticantes do Hospital. Na documentação existente no arquivo da Escola constata-se que entre 1816 e 1827 alguns alunos matricularam-se no "Curso de Cirurgião", podendo este curso ter relação com as cadeiras de Medicina criadas antes do aparecimento desta escola em 1836.Numa exposição feita por Luís Henriques, Doutor em Medicina, médico formado pela Universidade de Edimburgo e cirurgião no Hospital, com data aproximada a 1821, quando consultado pela Mesa da Santa Casa sobre o funcionamento do Hospital, aponta com frontalidade de que modo deveria ser feito o seu melhoramento e reorganização propondo, para o efeito, despedir alguns médicos, economizar nos ordenados, evitar dietas de luxo e receituário caro, extinguir os cargos de enfermeiro-mor e enfermeiros, dando prevalência às mulheres que "são melhores, têm menos salários, são mais sujeitas, cuidam da roupa e são mais jeitosas para cuidar dos doentes". Acrescenta ainda: "dar a dieta mais barata possível e só o que é indispensavelmente necessário: nada de galinhas; em nenhum Hospital vi dar galinhas, em Inglaterra, o Hospital não é para engordar gente, é para curar as doenças que ela sofre. Os facultativos devem ser generosos com o que é seu e não com os bens dos pobres.".Foi devido às insistentes solicitações das autoridades locais da região, da Mesa Gerente da Misericórdia do Funchal e dos médicos do Hospital, que o governo central autorizou a criação desta Escola no Funchal. Do Decreto de 29 de dezembro de 1836 destacam-se as seguintes disposições:Criação de duas cadeiras:1.ª cadeira - Anatomia, Fisiologia, Operações Cirúrgicas e Arte Obstetrícia; 2.ª cadeira: Patologia, Matéria Médica e Terapêutica.A 1.ª cadeira seria regida pelo Cirurgião Principal do Hospital que ensinaria Clínica Cirúrgica e teria um Ajudante, o Demonstrador e Chefe da Sala das Dissecações, que prepararia os trabalhos anatómicos. A 2.ª cadeira seria regida pelo Médico Principal do Hospital, que ensinaria Clínica Médica. Os estudantes iriam aprender a Farmácia na Botica do Hospital, sob direção do Boticário.A data da instalação da Escola Médico-Cirúrgica do Funchal deu-se apenas a 2 de maio de 1837, com a primeira sessão do Conselho Escolar, cinco meses após a sua criação. A 3 de setembro de 1838, o pessoal docente foi nomeado, sendo composto pelos médicos António da Luz Pita (médico-principal), Luís Henriques (cirurgião-principal) e pelo boticário Nicandro Joaquim de Azevedo do Hospital da Santa Casa. A sessão solene data de 15 de outubro de 1838.A Escola passou a funcionar numa das dependências do Hospital de Santa Isabel até o ano de 1859.Foram criados dois cursos, um de 3 anos e outro de 4.Em outubro de 1837 iniciou-se o curso de 3 anos com as seguintes cadeiras: 1.º ano: Anatomia e Fisiologia; 2.º ano: Patologia, Matéria médica e Farmácia; 3.º ano: Clínica Interna e Externa, Operações Cirúrgicas e Arte Obstetrícia.Entre 1839 e 1910 decorreu o curso de 4 anos: 1.º ano - Anatomia; 2.º ano - Fisiologia, Matéria Médica e Farmácia; 3.º ano - Patologia, Terapêutica e Operações Cirúrgicas; 4.º ano - Arte Obstetrícia, Clínica Médica e Clínica Cirúrgica. Pelo mesmo decreto de 29 de dezembro de 1836, também se estabeleceu o ensino da Arte Obstetrícia no último ano do curso e obrigatório a todos os alunos. Em 1839 é criado o curso especial de parteiras com a duração de dois anos. Este curso teve grande adesão de senhoras, uma vez que as câmaras municipais da Madeira e Porto Santo disponibilizaram um subsídio para a sua subsistência no Funchal, implementando prémios pecuniários para as melhores alunas. Em 1910, por Decreto de 11 de novembro, é extinta a Escola Médico-Cirúrgica do Funchal. Nos seus sessenta e três anos de existência, este estabelecimento de ensino formou 240 médicos.

História custodial e arquivística

Incorporação no Arquivo Regional da Madeira em 21 de setembro de 1933, sendo o fundo documental procedente da Inspeção-Geral das Bibliotecas e Arquivos de Lisboa, para onde o Provedor da Santa Casa da Misericórdia remetera a documentação.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Documentação incorporada no antigo Arquivo Distrital do Funchal em 1933-09-21.

Âmbito e conteúdo

O fundo da Escola Médico-Cirúrgica do Funchal é composto por 6 secções: A - "Organização e Administração" na qual estão incluídas as Atas das Sessões do Conselho Escolar e uma exposição feita pelo médico Luís Henriques, em resposta à Mesa da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, propondo medidas para a reorganização e o melhoramento do Hospital anexo à referida instituição.A secção B - "Expediente" - conta com correspondência recebida e expedida com o Governo Civil do Funchal, Ministério do Reino, a Direção-Geral de Instrução Públia, o Ministério da Fazenda, câmaras municipais, professores e farmacêuticos da Escola, a Santa Casa da Misericórdia do Funchal e ainda registo de correspondência recebida e expedida. A secção C - "Gestão de Recursos Humanos" inclui os concursos e nomeações de um professor e de um boticário, registo de funcionários, registo de faltas de professores e relação de alunos que abriram e fecharam matrícula. A secção D - "Gestão Financeira e Patrimonial" - é composta por registo de receitas e despesas, inventários de bens móveis, de utensílios e roupas e bibliográfico.A secção E - "Gestão Académica e Pedagógica" - está dividida em duas subsecções e é, porventura, a secção mais extensa e interessante deste arquivo. A subsecção A - "Corpo Docente" - contém observações clínicas e dissertações sobre doenças (fratura na perna, artérias, "eczema" e sobre o estado de saúde de doentes internados no Hospital), registo de operações cirúrgicas e registo de visitas de médicos a aulas. Na subsecção B - "Alunos" - destacam-se, grosso modo, séries como processos de encerramento de matrículas de alunos habilitados, registo de matrículas de alunos em diversos cursos, observações clínicas e dissertações de alunos, registo de autos de exames, termos dos pontos e registo de diplomas conferidos pela Escola.Inclui ainda dois documentos iconográficos e uma composição poética.

Sistema de organização

Organização funcional.

Condições de acesso

Não existem restrições de acesso à documentação da Escola Médico-Cirúrgica do Funchal.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de descrição

Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira, Índice Analítico do Arquivo da Escola Médico-Cirúrgica do Funchal (idd n.º 29).

Notas

O espólio da Escola Médico-Cirúrgica compreende cinco interessantes volumes de anatomia com gravuras do corpo humano e outros exemplares que integram o catálogo bibliográfico do ABM, disponível em <http://biblioteca.abm.madeira.gov.pt/>.Registe-se ainda que a biblioteca da Escola Médico-Cirúrgica encontra-se parcialmente depositada na Biblioteca Municipal do Funchal.

Notas do arquivista

TítuloDescrição documental Data2017-07-03 ArquivistaPaula Gonçalves Nota do arquivistaDescrição elaborada por Paula Gonçalves, com base no Índice Analítico do Arquivo da Escola MédicoCirúrgicado Funchal.
TítuloRevisão do instrumento descritivo Data2023-01-31 ArquivistaPaula Gonçalves Nota do arquivistaRevisão e inserção de registos de dois documentos iconográficos e uma composição poética.